LINO, Alfredo da Conceição Saturnino
Resumo:
Funchal, c. 1871 - ?
Pianista, professor e especialista e afinador de órgãos. Alfredo Saturnino Lino integrou o Sexteto Nunos e participou em diversos concertos realizados no Funchal, entre o final do século XIX e o princípio do século XX.
Biografia: 
Alfredo Saturnino Lino nasceu numa família de músicos, que fizeram da música, desde o ensino à composição, a sua atividade profissional. Algo notável no século XIX, quando a música ainda era uma atividade secundária e amadora que não permitia à maioria dos músicos recursos suficientes.
Filho de Nuno Rodrigues, músico construtor de cordofones e afinador de pianos, Alfredo Saturnino era também irmão dos músicos Nuno Graceliano Lino e Guilherme Honorato Lino.
Sobre a sua vida pessoal existem registos no Arquivo Regional da Madeira que permitem especular o seu nascimento cerca de 1871, de acordo com o livro de registo N.º 1375 de baptismos de São Pedro (Funchal), N.º 1375 folha 065v. O Arquivo Regional da Madeira apresenta também um registo de 1891 referente ao casamento com Maria Ana Pereira, na freguesia de São Pedro. Em 1924 foi decretado o divórcio oficial de Maria Ana Pereira na Comarca do Funchal.
Em 1889 o músico surge na sociedade funchalense com um pianista reconhecido, que atuava em saraus com frequência. Entre os eventos em que participou destaca-se um sarau de beneficência promovido pelo “chefe superior do districto em beneficio do Asylo da Mendicidade e da fundação de uma sopa económica (…)", Alfredo Saturnino Lino realizou o acompanhamento das apresentações musicais ao piano e atuou com a violinista Gabriela Neusser e uma orquestra dirigida por Nuno Graceliano Lino: “(…) a insigne violinista, houve-se com alta correcção (…) arrancando aos espetadores freneticos e muito enthusiasticos applausos. Mais uma vez nos deixou maravilhados com a execução que deu ao celebre nocturno de Chopin (...). O acompanhamento ao piano satisfez e agradou, o que não admira, pois conhecemos a habilidade e aptidão do sr. Alfredo Saturnino Lino. A orchestra tocou peças preciaveis, sob a regencia do snr. Nuno G. Lino. Foi, assim, muito agradável a impressão que a todos deixou o concerto de antehontem (…)”I.
A par da sua interpretação como pianista também detinha conhecimentos de rabeca e flauta. O Diário de Notícias publicou em 1893 um anúncio sobre a sua atividade enquanto professor: “Alfredo Saturnino Lino ensina na sua casa ou fora d’ella, a piano, rabeca, flauta, etc., etc.”, na Rua da Carreira, N.º 141II.
Posteriormente surge registo sobre as suas aptidões no conserto de instrumentos, à semelhança de seu pai, Nuno Rodrigues. Em 1897 o Diário de Notícias publicou na edição de 11 de junho: “o distincto professor de musica sr. Alfredo Saturnino Lino acaba de transformar o órgão da egreja do Carmo n’um bello instrumento devido ao concerto que lhe fez. O sr. Alfredo Lino é na realidade um musico talentoso, a que tem patenteado não só em trabalho d’este género, como no methodo adopta para ensinar as pessoas que acertadamente o procuram como professor”III.
No mesmo ano, o Diário de Notícias publica um anúncio sobre as aulas de Alfredo Saturnino Lino em nova morada, na Rua das Mercês N.º 34, onde continuava “a leccionar piano, violoncelo, etc.(…)” e também se encarregava “(…) do concerto de qualquer órgão ou piano, etc., a preços convidativos”IV.
Alfredo Saturnino Lino marca a sua atividade musical no início do século XX, em 1901, com a integração no Sexteto Nunos constituído essencialmente pela sua família, com: Nuno Rodrigues, Nuno Graceliano Lino e Guilherme Honorato Lino. Para além da participação no Sexteto Nunos, continua a atuar como pianista: “Publicamos em seguida, devido à amabilidade d’ um nosso amigo, o programa do concerto que o distincto tenor dramático Joaquim Tavares realiza na próxima segunda- feira, sendo acompanhado ao piano pelo distincto professor Sr. Alfredo Saturnino Lino, tomando também parte o excellente Sextetto NUNOS (…)”V.
Em 1904 o pianista também atua no Teatro D. Maria Pia com um violinista conhecido pelo apelido “Le Chevalier Brindis de Salas” ou “O Principe Negro do Violino”, em concertos realizados para benefício da “(…) Santa Casa da Misericordia e do Seaman’s Hospital (…). Os programas serão dos mais selectos e de natureza a pôr em notável evidencia a sublime arcada do artista. O eminente violinista será acompanhado ao piano pelo distincto professor sr. Alfredo Saturnino Lino que, para esse fim, accedeu às diversas intancias que lhe foram feitas. Opportunamente publicaremos os programmas. Estamos convencidos de que tanto nacionaes como estrangeiros não deixarão de se associar ao pensamento philantropico do Principe Negro do Violino, coadjuvando-o na realisação do seu nobre empreendimento (…)”VI.
Alfredo Saturnino Lino nasceu numa família de músicos, que fizeram da música, desde o ensino à composição, a sua atividade profissional. Algo notável no século XIX, quando a música ainda era uma atividade secundária e amadora que não permitia à maioria dos músicos recursos suficientes.Filho de Nuno Rodrigues, músico construtor de cordofones e afinador de pianos, Alfredo Saturnino era também irmão dos músicos Nuno Graceliano Lino e Guilherme Honorato Lino.
Sobre a sua vida pessoal existem registos no Arquivo Regional da Madeira que permitem especular o seu nascimento cerca de 1871, de acordo com o livro de registo N.º 1375 de baptismos de São Pedro (Funchal), N.º 1375 folha 065v. O Arquivo Regional da Madeira apresenta também um registo de 1891 referente ao casamento com Maria Ana Pereira, na freguesia de São Pedro. Em 1924 foi decretado o divórcio oficial de Maria Ana Pereira na Comarca do Funchal.
Em 1889 o músico surge na sociedade funchalense com um pianista reconhecido, que atuava em saraus com frequência. Entre os eventos em que participou destaca-se um sarau de beneficência promovido pelo “chefe superior do districto em beneficio do Asylo da Mendicidade e da fundação de uma sopa económica (…)", Alfredo Saturnino Lino realizou o acompanhamento das apresentações musicais ao piano e atuou com a violinista Gabriela Neusser e uma orquestra dirigida por Nuno Graceliano Lino: “(…) a insigne violinista, houve-se com alta correcção (…) arrancando aos espetadores freneticos e muito enthusiasticos applausos. Mais uma vez nos deixou maravilhados com a execução que deu ao celebre nocturno de Chopin (...). O acompanhamento ao piano satisfez e agradou, o que não admira, pois conhecemos a habilidade e aptidão do sr. Alfredo Saturnino Lino. A orchestra tocou peças preciaveis, sob a regencia do snr. Nuno G. Lino. Foi, assim, muito agradável a impressão que a todos deixou o concerto de antehontem (…)”I.
A par da sua interpretação como pianista também detinha conhecimentos de rabeca e flauta. O Diário de Notícias publicou em 1893 um anúncio sobre a sua atividade enquanto professor: “Alfredo Saturnino Lino ensina na sua casa ou fora d’ella, a piano, rabeca, flauta, etc., etc.”, na Rua da Carreira, N.º 141II.
Posteriormente surge registo sobre as suas aptidões no conserto de instrumentos, à semelhança de seu pai, Nuno Rodrigues. Em 1897 o Diário de Notícias publicou na edição de 11 de junho: “o distincto professor de musica sr. Alfredo Saturnino Lino acaba de transformar o órgão da egreja do Carmo n’um bello instrumento devido ao concerto que lhe fez. O sr. Alfredo Lino é na realidade um musico talentoso, a que tem patenteado não só em trabalho d’este género, como no methodo adopta para ensinar as pessoas que acertadamente o procuram como professor”III.
No mesmo ano, o Diário de Notícias publica um anúncio sobre as aulas de Alfredo Saturnino Lino em nova morada, na Rua das Mercês N.º 34, onde continuava “a leccionar piano, violoncelo, etc.(…)” e também se encarregava “(…) do concerto de qualquer órgão ou piano, etc., a preços convidativos”IV.
Alfredo Saturnino Lino marca a sua atividade musical no início do século XX, em 1901, com a integração no Sexteto Nunos constituído essencialmente pela sua família, com: Nuno Rodrigues, Nuno Graceliano Lino e Guilherme Honorato Lino. Para além da participação no Sexteto Nunos, continua a atuar como pianista: “Publicamos em seguida, devido à amabilidade d’ um nosso amigo, o programa do concerto que o distincto tenor dramático Joaquim Tavares realiza na próxima segunda- feira, sendo acompanhado ao piano pelo distincto professor Sr. Alfredo Saturnino Lino, tomando também parte o excellente Sextetto NUNOS (…)”V.
Em 1904 o pianista também atua no Teatro D. Maria Pia com um violinista conhecido pelo apelido “Le Chevalier Brindis de Salas” ou “O Principe Negro do Violino”, em concertos realizados para benefício da “(…) Santa Casa da Misericordia e do Seaman’s Hospital (…). Os programas serão dos mais selectos e de natureza a pôr em notável evidencia a sublime arcada do artista. O eminente violinista será acompanhado ao piano pelo distincto professor sr. Alfredo Saturnino Lino que, para esse fim, accedeu às diversas intancias que lhe foram feitas. Opportunamente publicaremos os programmas. Estamos convencidos de que tanto nacionaes como estrangeiros não deixarão de se associar ao pensamento philantropico do Principe Negro do Violino, coadjuvando-o na realisação do seu nobre empreendimento (…)”VI.
Autoria:
Ventura, Ana (2012). "LINO, Alfredo da Conceição Saturnino". Dicionário Online de Músicos na Madeira. Funchal: Divisão de Investigação e Documentação, Gabinete Coordenador de Educação Artística, 24/04/2012.
Bibliografia:
Morais, M. (coord. 2008). A Madeira e a Música - Estudos [c. 1508 - c. 1974]. Funchal: Empresa Municipal 500 Anos do Funchal.
Notas de Referência:
I Divisão de Investigação e Documentação (2012). Cronologia da Música. Funchal: Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, Gabinete Coordenador de Educação Artística.
II Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 26/07/1893, p. 1.
Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 15/08/1893, p. 1.
III Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 11/06/1897, p. 2.
IV Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 11/11/1897, p. 1.
Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 14/11/1897, p. 2.
V Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 17/01/1904, p. 1.
VI Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 23/02/1904, p. 2.
II Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 26/07/1893, p. 1.
Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 15/08/1893, p. 1.
III Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 11/06/1897, p. 2.
IV Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 11/11/1897, p. 1.
Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 14/11/1897, p. 2.
V Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 17/01/1904, p. 1.
VI Diário de Notícias (1876 - ). "Coleção de Jornais". In Biblioteca do Arquivo Regional da Madeira [s.n. recurso digitalizado]. Funchal: publicado em 23/02/1904, p. 2.
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