FARIA, Francisco António de

Francisco António de Faria era natural da freguesia da Ribeira Brava, onde nasceu em 1879 e onde faleceu no dia 5 de Dezembro de 1966, aos 87 anos de idade.
Era filho de Constantino de Abreu de Faria e de Maria Rita de Macedo e casou com Elvira da Nazaré Barreto, na Ribeira Brava, no dia 25 de Julho de 1900, aos 21 anos de idade.
Sapateiro de profissão, Francisco António de Faria dedicou-se à música como atividade secundária, no entanto, foi bem sucedido como foi fundador e regente da União Musical Ribeirabravense e primeiro regente da Banda Recreio Musical Ribeirabravense.

O Diário de Notícias, na sua edição de 25 de Fevereiro de 1912, faz referência à "UNIÃO MUSICAL RIBEIRABRAVENSE assim se denomina uma nova sociedade philarmonica que acaba de organizar-se na freguezia da Ribeira Brava, sob a gerencia do Sr. Francisco António de Faria. Os respectivos estatutos serão brevemente submetidos à aprovação do sr. governador Civil".^I

Em 1904 a imprensa regional noticiou também a fundação de uma nova banda filarmónica na Ribeira Brava, com alguns músicos que integravam a Filarmónica União Fraternal Ribeirabravense incluindo Francisco António de Faria.
Francisco Faria, contramestre na Filarmónica União Fraternal Ribeirabravense, assumiu o cargo de regente na nova filarmónica.
Em 1912 Francisco António de Faria aparece como fundador de outra banda, devido a desentendimentos no seio do agrupamento fundado em 1904. Surge assim, em Fevereiro de 1912, a Filarmónica União Musical Ribeirabravense em oposição à Filarmónica União Fraternal Ribeirabravense.
A Filarmónica União Musical Ribeirabravense ficou em atividade até à década de 1950, contrariamente à iniciativa musical anterior do regente, que apenas manteve atividade entre 1904 e 1912.

Com 84 anos Francisco António de Faria foi ainda o primeiro regente da Banda Recreio Musical Ribeirabravense fundada no dia 19 de Março de 1963 pelo músico António Abreu de Carvalho. A presença de Francisco António de Faria neste agrupamento levou à associação da Banda Recreio Musical Ribeirabravense como uma continuação da Filarmónica União Musical Ribeirabravense, extinta na década de 1950.

Freitas, M. P. (2011). "Notas [Musicais] Soltas Contributo para a história da música na Madeira – Alberto Cláudio de Sousa Barros". In Girão - Revista de Temas Culturais do Concelho de Câmara de Lobos, N.º 6. Câmara de Lobos: Câmara Municipal, p. 151.