CALDEIRA, Virgílio Nóbrega
Funchal 10/01/1964 –
Virgílio Caldeira iniciou a sua carreira na década de 1980 como professor de educação musical. Ao longo da sua carreria dedicou-se ao ensino instrumental de violino, bandolim, viola e cordofones tradicionais madeirenses; e destacou-se como fundador e diretor artístico de vários grupos madeirenses.

Eduardo Caldeira ensinou violino a Virgílio Caldeira e incentivou a versatilidade na aprendizagem musical transmitindo conhecimentos sobre instrumentos tradicionais madeirenses. Ensinamentos que Virgílio Caldeira desenvolveu de um modo autodidata até à sua entrada na Academia de Música da Madeira, atual Conservatório - Escola das Artes da Madeira.
Á semelhança de Virgílio Caldeira, também os seus irmãos Zelinda, Olinda e João foram incentivados pelo pai a estudar música na Academia de Música da Madeira.
O interesse pela música continua a ser uma passagem de geração em geração que perdura agora nos filhos de Virgílio Caldeira: Elisa e Marcelo, ambos estudantes de música.
Com cerca de 10 anos, em 1974, Virgílio Caldeira iniciou a sua formação académica oficial, na classe de violino com a professora Fernanda Quintal. Após dois anos de frequência na Academia de Música da Madeira, em 1976 desistiu da sua formação musical e entrou no Seminário em Coimbra. Posteriormente deixou o seminário e regressou à Academia de Música da Madeira, onde continuou os estudos de violino com Zita Gomes.
Com a sua entrada no serviço militar, o Chefe da Banda Militar, Abel Mendes também natural do Porto da Cruz recrutou Virgílio Caldeira para a Banda como trompista. No entanto, segundo o músico, a inadaptação a este instrumento conduziu à mudança para a aprendizagem de clarinete, com João Quintal e realizou diversos concertos como clarinetista na Banda Militar. Na sua formação de música instrumental teve também Zoltán Santá como professor, mas foi com Agnes Sarosi que terminou o VIII grau de violino.
Para além da aprendizagem instrumental entre 1983 e 1986 o músico praticou canto no Coro de Câmara da Madeira, como tenor e barítono sob os ensinamentos de José Pereira Júnior e Victor Costa.
Iniciou funções na docência em 1986 na Escola Preparatória Bispo D. Manuel Ferreira Cabral e em 1988 integrou a equipa do Gabinete Coordenador de Educação Artística (GCEA), da Secretaria Regional de Educação e Cultura. O trabalho desenvolvido nesta instituição permitiu-lhe alcançar diversos objetivos a nível musical.
Em 1997 o professor Virgílio Caldeira foi nomeado Chefe de Divisão de Expressões Artísticas do GCEA e impulsionou atividades artísticas extra escolares, nos domínios da música, teatro, dança e expressão plástica.
Em 2002 foi também nomeado Presidente da Direcção da Associação de Amigos do Gabinete Coordenador de Educação Artística, onde é responsável pela produção e edição de projetos artísticos e pedagógicos.
Virgílio Caldeira manteve uma carreira artística dinâmica em associações musicais e culturais. Entre 1990 e 2004 o professor foi Secretário da Direcção da Associação Musical e Cultural Xarabanda e de 1995 a 1997 Presidente da Mesa da Assembleia do Movimento dos Jovens Cristãos da Madeira, onde também se apresentou como pianista.
Em 2003 assumiu a presidência da Associação Flores de Maio no Porto da Cruz e entre 2002 e 2004 também integrou a presidência da Associação de Bandolins da Madeira, na qual em 2007 desempenhou funções como Presidente da Assembleia Geral.
Em 2010 Virgílio Caldeira terminou o mestrado em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico, pela Escola Superior de Educação de Setúbal.
O reconhecimento da sua atividade profissional e obra publicada foi reforçado ao longo dos anos através de convites para integrar programas televisivos, festivais e concursos, enquanto júri de apreciação artística e a atribuição de louvores por instituições de utilidade pública: em 1986 o comandante do Regimento de Infantaria do Funchal atribuiu um louvor ao músico pelo bom serviço militar na Banda de Música da Zona Militar da Madeira; em 2001 o Secretário Regional da Educação condecorou Virgílio Caldeira pelas qualidades de competência, zelo e dinamismo como Director Artístico da Orquestra de Bandolins do GCEA; em 2009, Carlos Gonçalves, Director de Serviços do GCEA, atribuiu um louvor pelo empenho e dedicação do músico, aquando do 20º aniversário da Orquestra de Bandolins; em 2010 Carlos Gonçalves voltou a reconhecer o trabalho de Virgílio Caldeira no 29º Festival da Canção Infantil da Madeira.

Virgílio Caldeira integrou ainda a Orquestra Clássica da Madeira, de 1991 a 1999, na qualidade de violinista e o Grupo Coral Flores de Maio de 2002 a 2007.
Enquanto músico e professor Virgílio Caldeira contribuiu para a formação de diversos artistas regionais, com especial destaque para Norberto Gonçalves da Cruz, o primeiro bandolinista licenciado na Madeira, do qual foi mentor; Rodolfo Cró, Marília Rodrigues e Catarina Gomes, que estudaram Educação Musical e atualmente são professores no GCEA.
A sua obra publicada tem sido tocada e apresentada na região da Madeira e em Portugal continental através dos músicos que a levam a festivais e concursos.
Em 1995 foi responsável pela transcrição musical para o livro Romances Tradicionais e Cantigas Narrativas I editado pela Secretaria Regional de Educação e a Associação Cultural e Musical Xarabanda.
No âmbito das comemorações dos 30 Anos do Gabinete Coordenador de Educação Artística, Virgílio Caldeira coordenou o projeto: ópera O Salto, da autoria de Jorge Salgueiro, baseada num libreto de Miguel Esteves Cardoso. Uma obra apresentada no Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal.
O professor foi também responsável pelo desenvolvimento dos projetos pedagógicos ópera Orquídea Branca, o musical Madeira e composições para o manual escolar Da Escola ao Palco – Cheiro a Carnaval; Maio, mês da Mãe; Mamã, minha mamã e Canção do Inverno.
Como compositor, enaltece-se a composição de músicas para diversos festivais e várias adaptações e arranjos para os grupos a que pertenceu. O seu estilo de composição musical de Virgílio Caldeira está fortemente direcionado para a música infanto-juvenil e tradicional madeirense.
Nesse sentido o músico compôs canções para festivais infantis e juvenis, tais como: Festival da Canção Infantil da Madeira, Festival da Canção Juvenil e Festival da Canção do Faial.
Nestes eventos participou com as seguintes composições musicais: Uma flor; Madeira; Um beijo a uma flor; Dois dedos de conversa; Letra C; Borboleta Linda; O Mágico; Passarinho Só; Minha boneca de pano; Lua dançarina; A festa da bicharada; Avozinha; Balada da Penha D’Águia; Cantiga do mar; Desafio; Arco-Íris; Silêncio Azul; O Baloiço; Histórias e mais histórias; Canto Branco; Teia de Aranha; Roda das Estações; Golfinho Traquinas; Palavras e mais palavras; Bolas de Sabão e Sou criança sou assim.
Virgílio Caldeira compôs também o Hino da Escola Salesiana do Funchal em 2001, obra que o levou a participar no V Festival de Pequenos Cantores de Torres Novas, enquanto compositor.
Quanto a publicações, muitas das suas músicas foram editadas em CD’s e DVD’s relativos a festivais e grupos musicais que dirigiu e onde foi executante: Musical Madeira; Cantigas ao menino Jesus; Grupos do GCEA; Sete dúzias de mentiras; Instrumâncias; Grupos musicais do Gabinete de apoio à expressão musical e dramática; Longe da vista me vai…; Cantares da minha Terra; Tuna de Bandolins do Gabinete de Apoio à Expressão Musical e Dramática; Tocares e cantares tradicionais da Madeira.
Gomes, Catarina (2011). “Virgílio Nóbrega Caldeira”. Realizado no âmbito da Disciplina Ciências Musicais VI, integrada no plano curricular da licenciatura em Educação Musical, do Instituto Superior de Ciências Educativas, Universidade da Madeira.
Ventura, Ana (2011). “Virgílio Nóbrega Caldeira”. Dicionário Online de Músicos na Madeira. Funchal: Divisão de Investigação e Documentação, Gabinete Coordenador de Educação Artística, atualizado em 22/06/2011.
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Hino da Escola Salesiana do Funchal | |
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Uma flor | |
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Madeira | |
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Um beijo a uma flor | |
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Letra C | |
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O Mágico | |
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Lua dançarina | |
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A festa da bicharada | |
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Cantiga do mar | |
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Silêncio Azul | |
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Histórias e mais histórias | |
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Sou criança sou assim |
Curriculum Vitae de Virgílio Caldeira, cedido pelo próprio em Março de 2011.
Entrevista realizada por Catarina Gomes a Virgílio Caldeira, em Abril de 2011, no âmbito da Disciplina Ciências Musicais VI, integrada no plano curricular da Licenciatura em Educação Musical, pelo Instituto Superior de Ciências Educativas, Universidade da Madeira.